Não se pode sentir nada se não a dor.
O amor é molhado e escorregadio.
Foge de nos como um orgasmo.
Veloz como um relâmpago ou como o cavalo negro do tempo.
Assim como aqui cheguei assim saio alguns meses depois…
Derrotado e a acreditar que posso vencer.
Entretanto o tempo cavalgou noite e dia perante verão e inverno, não se importando com nada.
Um carrossel incansável. Entregando encomendas de esperança e desespero por todas as portas por onde resfolga. Não se importa com endereços nem nações. Todos receberão a mesma encomenda mais cedo ou mais tarde. O correio do destino nunca falha, apenas tarda e entrega como consolo o engano da esperança e a mentirosa expectativa da mudança.
Como um poema que consola mas não cura.
Uma migalha paliativa consolo dos famintos.
O amor não deve ser poluído pela amizade.
Teu amigo nunca serei.
Possa o amor ser puro.
Que morra puro e sempre dure.
Que dure como o poeta nas paginas fieis do tempo.
Imortal como a saudade.
Jovem e eterno com o vento.
A amizade sera sempre incompleta sem o amor.
Errante… busca sempre mais com menos dor.
Mas no amor a amizade ganha fulgor.
Um circulo perfeito desenhado pelas Mãos do senhor.
Nao se demorem onde nao houver amor.
Será tempo perdido…
certo como esta rima acabar em dor.
—-
Nao consigo por os pensamentos em ordem.
Se calhar vou escrever…
Ai posso eu meter ordem. Numa uma noite amena de agosto posso desejar uma tempestade e abrir um buraco debaixo dos pés das personagens que me aborrecem e logo a seguir pintar o chão de tenra e humida relva verde onde dança a minha mais amada. Bela como so eu a vejo. Posso pintá la com todas as cores que ela me deu, e deu me tantas que me apetece cortar uma orelha.
Sera que corto?
Perdoa-me