E assim começará

E agora as plantas ao vento soam ao afiar de facas.

O marulhar emite som de estática.

Os pássaros desaprenderam a voar e ladram assustados.

Os brandir dos martelos soam como sinos.

E nossas bocas mudas.

Não nos conhecemos e estamos sós.

E a água sabe a vazio e nunca nos saciamos.

Os cães gritam e os gatos cantam hinos como trovadores da Grécia antiga.

O sal é doce e o açúcar salgado.

Fumar não deita fumo e sabe a menta.

A fruta sabe a carne e a carne sabe a sangue.

E o sangue escorre e flui numa corrente que cavalga para o fim.

O toque de seda corta e a nossa pele é borracha dormente e sem vida.

O nosso olhar é trilhado e afunalizado a preto e branco.

Nosso olhar é espelhado e então já não vemos nada

E o fim é o início e o início não tem mais fim.

Standard

Negro Cão

Esse cao negro da escuridao

Na verdade nem é um cão

Mas aparece como a cada tempo como uma estação

Ele se senta em mim me paralisando

Quando estou na cama desmoralizando

Se senta e me manda pro chão

O corpo que nao me obedece

E que poucas ideias tem

Me escurence a mente

E me mantem preso no breu de uma imensidão

Em meu quarto confinado

Pelo peso desse não cão

Vejo os dias ouço tudo

Os cinco sentidos todos em vão

Paralisado pelo peso do nao cão

A vida corre sem pedir perdão

E eu sinto os meses ali no chão

vergado ao peso do cão

E como vem assim ele vai

E eu lutando decadas pela libertação

Ai me ejecto de novo pro mundo

Com os meus olhos iluminando a escuridão

Standard

Brasil Pais de Futuro

Ainda sobre a situação politica no Brasil, sei que isto ja vem um pouco tarde mas estou humildemente convicto que ainda possa encontrar pessoas que possam aceitar esta semente.

Imperava a ideia de que o Pais estaria dividido.

Mas atentem…

Não será correcto afirmar que a maioria do povo Brasileiro esta descontente e no limite do impulso verdadeiramente revolucionário.

Desgastados com a situação do Pais e com a incompetência e desonestidade dos politicos que tentam governaram um povo que desespera por paz e uma qualidade de vida fraterna e de igualdade na nação.

Será então bastante razoável dizer que a esmagadora maioria dos cidadão Brasileiros estão UNIDOS contra os politicos e seus sucessivos governos.

Esta ideia errada de que o pais esta dividido gera o medo e o medo gera divisões e hostilidade num povo que está unido ideologicamente em lutar contra os governantes mas neste momento, incompreensivelmente apenas lutam uns contra os outros quando têm um inimigo comum que esta perfeitamente ao alcance de uma esmagadora maioria descontente com a classe politica, o estado e a sua decadência .

Conheço o povo brasileiro intimamente e nao acredito que nenhum deles deseje mal a familiares vizinhos ou amigos por diferenças de experiencias de vida, pela sua natureza ou  com uma opinião diferente do que sera melhor para todos.

estas pseudo ideologias num momento de crise sao geradas pelo medo que todos os governos tentam incitar em cada um de nós e que conseguem incutir a violência ate mesmo entre familiares. Falo assim porque me considero um de vós. assim como dos peruanos, alemães, espanhóis e de todos os povos que vejo como irmãos.

A solução parece-me obvia. Rejeitar todos os politicos e estadistas .

Só esta destituição do governo estabelecido podemos provar que nao temos necessidade de governos organizados para oprimir minorias e tirar dividendos do povo trabalhador para executarem actos de violência e repressão que nenhum povo que ver e colaborar.

A luta mais eficaz é a da nao violência

Não votar

Não Pagar impostos

Não recorrer a Policias e Militares

Não fazer serviço militar

Aqueles que apelidam esta idea de “Utópica”  estão a usar um adjectivo que representa outra grande ideia que eles mesmo ainda estudam com carinho e esperança e que ainda hoje concordam ser uma obra prima mas que sentem nao ser realizável pelo medo imposto pelas instituições que pretendem governar para si próprias e esquecem que estão ali para um trabalho que nem eles nem nenhum humano tem capacidade de exercer.

Com Carinho do vosso irmão

Amaro Tiago

Standard

A luz criada apenas para te iluminar.

 

A pureza da agua

o macio da seda

Apenas um rascunho para te recriar

 

O vinho para que os rejeitados

Recebam a benção de te olvidar

 

O azul do oceano

Um mergulho no mar

São um quase do que é te beijar

 

A sedosa cor das rosas

apenas um erro no processo da criação Do hino do teu beijar

 

O som do piano imita agora o teu chorar

 

Antes de ti tudo foi um erro

mas agora tudo existe para te louvar

 

Tudo aconteceu por uma razão

tudo foi por ti em favor da tua criação

 

Todas as respostas estão em ti

Em ti acabam-se as perguntas.

 

Basta nos teus olhos mergulhar

e tudo faz sentido

Terra céu e Mar

 

O sabor do morango?

até um gelado foram inventar…

Mas ao teu sabor Deus sabe nunca vão chegar

Standard

Róseos Labios

Teu par de róseos Lábios

Húmidos de amor

Nossos corpos ligados

Tu em mim eu em ti

 

O suor ameno

A brisa da tua humidade

Um roçar sde verdade

Nossa pele em acordo pleno

 

O nosso hálito ameno

sem beijo

só um encosto mesmo

E uma expiração inspirada

 

Nosso ventre junto

suado de prazer

Mareado de suor

desagua em nosso rio de amor

Standard

Bom Dia – 2º Acto – Perdoa-me

Não se pode sentir nada se não a dor.

O amor é molhado e escorregadio.

Foge de nos como um orgasmo.

Veloz como um relâmpago ou como o cavalo negro do tempo.

Assim como aqui cheguei assim saio alguns meses depois…

Derrotado e a acreditar que posso vencer.

Entretanto o tempo cavalgou noite e dia perante verão e inverno, não se importando com nada.

Um carrossel incansável. Entregando encomendas de esperança e desespero por todas as portas por onde resfolga. Não se importa com endereços nem nações.  Todos receberão a mesma encomenda mais cedo ou mais tarde. O correio do destino nunca falha, apenas tarda e entrega como consolo o engano da esperança e a mentirosa expectativa da mudança.

Como um poema que consola mas não cura.

Uma migalha paliativa consolo dos famintos.

O amor não deve ser poluído pela amizade.

Teu amigo nunca serei.

Possa o amor ser puro.

Que morra puro e sempre dure.

Que dure como o poeta nas paginas fieis do tempo.

Imortal como a saudade.

Jovem e eterno com o vento.

A amizade sera sempre incompleta sem o amor.

Errante… busca sempre mais com menos dor.

Mas no amor a amizade ganha fulgor.

Um circulo perfeito desenhado pelas Mãos do senhor.

Nao se demorem onde nao houver amor.

Será tempo perdido…

certo como esta rima acabar em dor.

—-

Nao consigo por os pensamentos em ordem.

Se calhar vou escrever…

Ai posso eu meter ordem. Numa uma noite amena de agosto posso desejar uma tempestade e abrir um buraco debaixo dos pés das personagens que me aborrecem e logo a seguir pintar o chão de tenra e humida relva verde onde dança a minha mais amada. Bela como so eu a vejo. Posso pintá la com todas as cores que ela me deu, e deu me tantas que me apetece cortar uma orelha.

Sera que corto?

Perdoa-me

Standard

Bom Dia – 1º Acto – Perdoa-me.

Bom dia
Eu quando acordo de manha não saio de casa e vou trabalhar.
Não tomo banho cansado e irritado saindo de casa para conviver dar ordens nem sequer receber ordens.
Não saio da cama e vou manter a ordem no bairro da esquadra referente nem esperar que haja incêndios.
Não vou conduzir as pessoas para o trabalho
Nem vou passear por ai de bicicleta só porque não preciso de trabalhar.
Não vou para a esplanada nem para a praia nem para o miradouro nem sequer vou as compras.
Eu viro me para o outro lado e penso que dia e hoje?
O que e que isso interessa? Os dias são todos diferentes…
Porque razão dão nomes aos dias? Eles são todos diferentes.
Para que dar o mesmo nome a coisas diferentes? Para que contar os dias?
Eu viro-me para o outro lado e tento dormir mais.
Mas a ansiedade toma conta de mim e fico a olhar para o colchão com os olhos fechados a espera que alguém me diga bom dia.
Mas não ouço nada.
Não ha aqui ninguém.
Então bebo, fumo e como batatas fritas, mas ninguém aparece.
E os dias arrastam se assim.
Mendigam por aqui sem sucesso.
Mas isto era quando não tinha trabalho.
Agora faço uso do meu dom e alimento as pessoas.
Sou cozinheiro e trabalho mesmo nas folgas porque não tenho ninguém que me dê bom dia.
Trabalho alimento as pessoas no restaurante onde trabalho e vejo-as sorrir quando metem os dentes na minha obra.

Tudo o que eu queria era um bom dia mas estes sorrisos fazem-me sair de casa.
Estas dentadas partilhadas com amor com cumplicidade.
Se não posso que possam os outros.

Que sejam felizes que recebam bons dias e saiam da cama.

E muitas vezes penso:

“Espero que alguém sinta a minha falta ali…”
Mas estive sempre sozinho.
Como é que alguém se vai lembrar de mim.

Se ninguém me viu não sou nada.
Nunca fui mais que nada.
Não existo não fui visto.
Impossível alguém sentir a minha falta.

Talvez a Meo se lembre que não paguei a conta.
Ou o tipo da taberna a quem fiquei a dever uma notas.
Mas saudade ninguém vai ter.
Se nunca ninguém me quis conhecer…

Mais rapidamente sentiriam saudades da minha carteira anoréctica do que de mim.

Também nunca saí muito.
Fui mais de estar sozinho do que sair junto.
E agora que nunca existi.
Fui algo que passou e pronto.

Sem deixar marca.
Como uma nuvem sem pegada.

Sou fumo no ar menos que nada .

Não fui nem sou nada.
Mas vou.

Trabalho.

E será que enquanto trabalham se lembram de mim?
Que nunca me viram.
Aqui neste quarto de 5 metros quadrados.
Sem patrão nem empregado?
Sem mulher nem amante?
Sem dinheiro para esquecer?
Que coma é este?
Como me absolver disto?
Será que por acaso pensaram nas minhas lagrimas intermitentes?
O dia todo…
É que não tenho para onde ir.
Nem para onde voltar.
Tenho má memória.
Talvez a minha carne me proteja…
Mas para mim tudo é um nada.
Um eterno vazio.
Um mar de nada.
Nada.
Um vazio.
Mas saio e ouço bom dia na rua.
Ainda que só por educação.
Por piedade.
Eu que me sinto tão saudável sem saúde.
Digno de piedade?
Eu que nunca fiquei doente.
Pelo menos que me lembre…
Talvez a minha carne me proteja…
Quem sabe?

Aquele que sabe não vai tirar aquilo que ja me deu.
E isso da-me conforto.
Pelo menos a nível mental.
Mas o corpo sangra e gangrena.
A mente protege-se e não me diz nada.
Mas a minha alma brilha e transborda de amor por tudo que vê.
então vem o nevoeiro.
Atraio as nuvens como uma serra mística.
Repleto de arvores assombrosas que é de temer.
Como um bosque azulado.
Negro.
Repleto de um auguro de morte.
Uma profecia de vida.
Um medo enorme que me deixa paralisado.
Como um pinheiro verde e majestoso perante um fósforo .
Mas eu sou o próprio fósforo.
Acendo e apago sem que a caixa se acabe ate ao fim da noite.
As vezes á tarde mesmo.
Mas ha sempre mais uma caixa teimosa.
E a teimosia valeu-me um emprego.
E hoje faço muitos clientes felizes pela boca.
É pela boca que morre o peixe.
E eu mordi o isco.
Sou feliz.
Talvez não.
Mas estou entretido.
E assim quero continuar sem pensar em nada.
Mandem trabalho.
Não quero saber de mais nada.
Eu abraço-me.
Abraço-me e beijo-me.
Sinto compaixão por mim.
Nunca fiz mal a ninguém.
Ate pelos insectos nutro muita simpatia.
E neste buraco onde passo os meus dias por vezes tenho de os matar.
Oh o que isso me custa mais que tudo???
Mas quem pode dormir numa cama cheia de formigas?
Perdoa-me Deus por interferir na criação!
Perdoa-me!
Ah….
Eu não sei nada…
Que infeliz.
Que ridículo sou!
……………………

Um infeliz num castelo não deixa de ser um miserável.
Mas um castelo é sempre um castelo

Ah Pai perdoa tornar este paraíso num inferno.
Poluir o olfacto com tabaco.
A visão com álcool.
Não cheirar a hortelã.
Adormecer na aurora.
Não ouvir o teu pranto.
Indigno do teu canto-
Provocar no divino pulmão o cancro-
Provocar na minha Mae o choro e
Em mim mesmo brotar o oculto.
A escuridão e a auto-mutilação sem razão

Perdoa-me

 

 

Standard

O que és tu comparada com a brisa da noite sobre o meu corpo nu?

Mataram-me o corpo
Amputaram-me a alma
Roubaram-me o riso
Pilharam-me os amigos

Mas eu levo-te a tribunal
O amor nunca falha
Se existem profecias elas serão anuladas
Deixem passar o amor

E as coisas que ficam em segredo
Dentro da vergonha e da amizade?

Nós somos um para o outro a ponta de um Iceberg mascarado

Não és assim tão importante,
O que és tu comparada com a brisa da noite sobre o meu corpo nu?

Standard

O Amor não tem depois

Depois veio a palavra e assim que nasceu olhou para trás curiosa de perceber se existia algo antes dela.
Irremediavelmente se enamorou do Verbo, assim que fundiram os olhares, criação e criador.
A primeira historia de amor, na verdade, a estreia do Amor virginal, genuíno, verbal. A poesia que nos abençoa e simultaneamente nos faz tão mal.
O inicio de tudo, uma explosão, um Big Bang de amor, poeira etérea de infinitas praias desertas de areia branca em forma de Amor policrômico, os átomos juntaram-se e estão agora por todo o lado, pois não existe espaço nenhum entre nós,
eu o leitor estamos neste momento abraçados por átomos e outras definições cientificas que eu não percebo nada, mas penso entender o essencial, sinto verdadeiramente que estamos todos juntos unidos por energia invisível, eu e o leitor neste momento estamos juntos e muito me entristece sentir as vossas mágoas meu irmãos. meu coração entra em erosão por sentir vossas tristezas, vossa inexplicável mas tão claramente visível e palpável solidão. Entristece-me ouvir a palavra amizade e compreensão, é que tal coisa não existe, tudo o que existe é união.
Amizade é coisa entre dois sujeitos diferentes, mas se não existe um igual ao outro…? então não somos todos únicos? Alguém tem a coragem de me dizer que não? pois venham que eu vos abraçarei e beijarei o pescoço e a mão para que sintam materialmente essa união que muitos não vêm nem têm fé, é como o vento, Em verdade vos digo:
-Somos todos uma enorme explosão de amor que se move ama e se destrói sozinha, olvidando verbo e palavra e que abandona o Amor virginal que nos criou.
o Amor é fiel, o amor teve um antes mas nunca terá um depois.

Standard

Filha do Sol

Havia uma mulher que nasceu no corpo de um Homem.
A primeira coisa que nos vem a mente é o drama; a tragédia de tal “erro” da natureza, não reconhecer o próprio corpo. Mas deixem que vos diga, essa mulher ou homem, é dos seres mais poderosos á face da terra; ao ponto dos próprios deuses temerem os seus poderes. Este ser andrógeno é a união de todas as virtudes do ser masculino e feminino; e pode desfrutar dos prazeres dos dois sexos.
È um ser divino que não é assim tão comum nos nossos dias, talvez seja o aperfeiçoamento da raça como profetizou Darwin; só o Diabo sabe, mas eu acredito na teoria de Platão quando afirma que o primeiro ser humano era precisamente a união dos dois sexos, um corpo com quatro pernas e tantos braços, duas cabeças, sexo masculino e feminino.
Zeus não teria ficado satisfeito com essa criação, isso sim, foi um erro, ate os deuses cometem erros caros leitores, não nos levemos tão a sério. Lá estou eu a desviar-me do assunto, perdoem-me mas escrevo para conversar com o leitor e as minhas conversas sempre começam num assunto e vão em diagonal na direção do destino culpado desta escrita.
Pois bem; para corrigir o Seu erro, Zeus decidiu cortar em dois a sua criação para evitar que pudessem ser uma ameaça para os próprios deuses. Desde então existem o ser masculino e feminino que vagueiam na procura da sua metade perdida.
Então é isto, esta mulher que encarnou no corpo de um homem não procura ninguém, não conhece saudade nem solidão. Não procura nada porque se sente inteira, nela tudo é concórdia e paz. Este tipo de ser divino leva-me a pensar que Prometheus ainda anda por ai em nosso auxilio.

Standard